sexta-feira, 5 de março de 2010

Amigo, Companheiro e Avô

Íamos sempre na praça á noite,
Voltávamos tarde.
Um dia fiquei a esperá-lo
mas ele não voltou, nunca mais.

Meus pais não me falavam o que havia acontecido,
eles achavam a frase que descrevia a situação muito forte
E realmente era: "ele faleceu..."
Não foi preciso me contarem, eu mesma ouvi.

Eu era pequena, não sabia o que fazer
Niguém disse que seria fácil.
Eu queria acreditar que ele voltaria
mas ele não voltou, nunca mais.

Olho para o céu á noite
e sempre a mesma estrela brilha para mim.
Como sei se é ele ? Como sei se é a mesma estrela ?
Simplesmente sei.

Ele se foi para muitos,
mas passei a descobrir
que ele sempre esteve e está comigo,
não importa onde eu esteja.

"Está tarde, vamos voltar apostando corrida" dizia ele.
Ele me ensinou a nunca desistir dos meus objetivos
e que não importa o que aocnteça, há sempre uma saída.

Lembro-me de quando ele estava dormindo no sofá da sala
com a TV ligada, seu chinelo de fivela grande no chão
e um jornal meio amassado na barriga.

Quando me sentava em seu colo
me sentia protegida do mal.
Seus óculos escorregavam quando lia um livro para mim.
Sempre me disse que todos morremos fisicamente mas não espiritualmente.
Sinto sua falta, mas sei que você está junto a mim sempre.

Este poema foi feito por mim em homenagem ao meu falecido avô José Fraco Pereira, onde com ele estaria tudo mais fácil